De pés descalços, semblante sereno, e olhos de candura. Conhecido pelo amor incondicional à humanidade, com palavras simples, e fiel aos seus votos, São Francisco de Assis é considerado um símbolo de humildade e do amor aos pobres e aos animais. Toda aura do santo em um olhar do artista plástico Junne Fontenele compõe a exposição “Francisco” que começa nesta quinta-feira (28), na Casa do Parque às 19h, com entrada franca.

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A visão de fraternidade é retratada por Fontenele em 14 esculturas inéditas de cerâmica que ficarão expostas pelo período de 30 dias na Casa do Parque.

“Ele era uma pessoa que não tinha preconceitos, que cuidava dos mendigos, dos animais doentes, enfim, alguém de infinita humildade e é isso que eu busquei expressar nas obras”, explica o artista.

Fontenele revela ainda, que ao longo dos 20 anos em que trabalha com artes plásticas, sempre se interessou pelas obras sacras, de forma que durante esse tempo realizou inúmeras pesquisas em filmes, livros e passagens bíblicas para conhecer um pouco mais da história dos personagens, em especial São Francisco.

Entre as peças que serão expostas, “Lava Pés” é a que Junne Fontenele tem um carinho especial. “A obra mostra São Francisco ajoelhado, lavando os pés de mendigos sem medo, sem nojo”, conta o artista ao afirmar que esta obra foi inspirada em uma passagem bíblica em João Batista.

Outra característica marcante nas obras que serão expostas é a presença de pássaros junto a São Francisco. “A história mostra que ele tinha uma bondade muito grande para com os ser humano e os animais. Diz até que ele conversava com os pássaros, por isso essa infinidade de imagens que encontramos dele ao redor dos passarinhos”, completa Fontenele, ao lembrar que não por menos, São Francisco é hoje considerado o protetor dos animais.

Sobre o artista – Natural do Estado do Ceará, Junne Fontenele, conheceu as artes plásticas ainda aos 13 anos de idade, quando esculpiu suas primeiras obras: peças em cerâmica como pratos, rosto de animais e vasos. Apesar de trabalhar desenvolvendo outras atividades, Junne nunca deixou de lado o apreço pelas obras plásticas.

Aos 16 anos, ele passou a estudar anatomia e desde então, criou seu estilo próprio e se apaixonou pela arte que ele denomina como humanista, que nada mais é que retratar o ser humano de forma real, “seja ele um empresário, um bebê, uma prostituta ou qualquer outra pessoa”, conta.

O artista já participou de inúmeras exposições, entre as quais destacam-se a exposição na Casa de Cultura Belchior, no Ceará e na Casa de Cultura de Sobral, também no Estado cearense.

Junne chegou a Mato Grosso no ano de 2004, onde realizou diversas exposições coletivas, sendo que a mais recente aconteceu este ano na Casa do Artesão, em Cuiabá. Em solo mato-grossense, o artista já foi inclusive homenageado na Assembleia Legislativa com uma Moção de Congratulação.

Autor de mais de 10 mil obras, o artista possui peças em diversos museus de Mato Grosso. As obras de Junne Fontenele ainda estão em mãos de colecionadores de outros Estados brasileiros e também no exterior.