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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Sobre vida eterna, arte, suspense e futuro da humanidade: "Inferno", de Dan Brown

Osmar Cabral Jr.

Sempre muito polêmico, principalmente com O Código DaVinci, Dan Brown escreve bastante sobre religião, principalmente a Católica (E, geralmente, é criticando arduamente). Apesar do nome forte – Inferno – o último livro lançado por ele não fala sobre esse mundo espiritual propriamente dito. O título se dá porque dessa vez o enredo visa desvendar mistérios envoltos em simbolismos da obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri, que fala sobre Inferno, Purgatório e Paraíso.

Mais uma vez o personagem de maior sucesso de Dan Brown está de volta: Robert Langdon (Apesar de que o meu preferido é Michael Tolland, de Ponto de Impacto). Num belo dia, o professor universitário de Harvard e simbologista mundialmente famoso acorda em um hospital de Florença, Itália, sem ter ideia do que aconteceu nos últimos dois dias. Ele nem ao menos se lembra de ter deixado os EUA, para início de conversa.

Desorientado e tendo levado um tiro na cabeça, tudo o que ele consegue se recordar é de uma alucinação na qual uma linda senhora de cabelos prateados está no Inferno criado por Dante Alighieri, com rios de sangue e pecadores enterrados de cabeça para baixo até a cintura, gritando “Busca e encontrarás” e que o seu tempo está esgotando. Enquanto está tentando se recuperar no hospital, Langdon vê um assassinato acontecer na sua frente e foge apressadamente com a Dra. Sienna Brooks, uma jovem médica que estava cuidando dele.

Tendo em sua posse um objeto muito estranho que ele não tem ideia de onde surgiu, o professor e a sua nova companheira de viagem precisam decifrar códigos criados por um louco e brilhante gênio obcecado com o fim da humanidade e com o livro A Divina Comédia. E dessa vez, o perigo é muito maior do que em todos os outros livros: Todo o planeta está ameaçado.

Falando sobre ciência, apocalipse, genialidade, futuro, obras de arte e arquitetura, Inferno é uma história inteligente e apreensiva.

Uma das maiores qualidades dos livros do Dan Brown é que ele consegue sempre surpreender e nos enganar. Suas reviravoltas são tão intrincadas e empolgantes que o leitor fica o tempo todo com cara de espanto falando “Eu não acredito!”. Acho que de todos os livros do autor, Inferno foi o que mais fez isso comigo. Eu realmente não imaginava esses acontecimentos e esse desfecho. Quando li a última página, o pensamento que me ocorreu foi “Definitivamente, quando comecei a ler, pensei em uma história completamente diferente”. E isso é muito bom, pois não foi nada previsível (Tirando o fato de Robert Langdon sempre ter uma mulher bonita a tiracolo e ser uma das pessoas mais inteligentes do Universo).

Mesmo com 443 páginas, a leitura voa. Constantemente prendia a respiração de tensão, tamanha era a correria da história. A história desperta tanto a curiosidade que você simplesmente não consegue largar o livro.



Como as outras obras de Dan Brown, principalmente Anjos e Demônios e O Código DaVinci, Inferno é um mergulho na história da arte mundial, principalmente a italiana renascentista. Recomendo ler Inferno (Como todos os outros livros do autor) com um iPad ou notebook do lado. Como fala sobre simbolismos e segredos encontrados em obras de arte verdadeiras e pontos turísticos famosos, é preciso ver uma foto deles para poder se situar e imaginar melhor.

Recomendo. E muito.

*A escritora e jornalista Marcela Machado, conhecida por todos como “Teca”, é leitora ávida e apaixonada por livros. Escreve no blog “Casos, Acasos e Livros” e é autora de “I Love New York”, publicado pela editora Novo Século. Teca dá dicas de livros no Olhar Conceito todas as terças. Email de contato: tecamachado@gmail.com



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