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Domingo, 07 de julho de 2024

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'supergirl'

Mãe cria serviço de reparos para público LGBTQIA+ e mulheres: ‘já recebi muitos comentários machistas”

Foto: Reprodução

Mãe cria serviço de reparos para público LGBTQIA+ e mulheres: ‘já recebi muitos comentários machistas”
Os comentários machistas que questionam a habilidade de Josiquel Márcia Barros, de 29 anos, nos reparos de problemas domésticos são uma realidade desde que ela criou o serviço de “Supergirl ", em Cuiabá. Ela conta que a melhor resposta que pode dar é concluir o serviço para mostrar que é mais do que capaz de continuar trabalhando na área. 


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“Já recebi muitos comentários machistas, chegar na casa da cliente e o marido perguntar: ‘ela que vai fazer?’ ou ‘ela é mulher, não vai dar conta de fazer’. Mas eu sempre resolvo, graças a Deus, não tive ainda um trabalho que não resolvi. Existe esse preconceito por eu ser mulher”, explicou Josiquel ao Olhar Conceito. 

A ideia surgiu quando ela precisou contratar um prestador de serviço para consertar o portão de casa. Como ele não apareceu, ela decidiu que consertaria sozinha. Mãe de duas crianças, o trabalho de resolver pequenos reparos se tornou fonte de renda para Josiquel. 

“Marquei três vezes com um prestador de serviço e ele não apareceu, resolvi que eu mesma ia trocar aquela roldana. Fui lá, pesquisei como fazia. Pensei: por que não ajudar outras pessoas a resolverem seus problemas do dia a dia de uma casa? Faço esses reparos na minha casa sim, mas confesso que casa de ferreiro, espeto de pau, às vezes demora um pouco, mas faço”. 

Para ela, havia uma demanda de profissionais realmente comprometidos com o trabalho de reparos domésticos, respeitando o dia e horário de agendamento, por exemplo. Josiquel se inspirou em iniciativas de mulheres da área que atuam fora de Cuiabá para se transformar na Supergirl. 

“Assim nasceu a SuperGirl, dessa esperança de levar a solução com segurança, para que as pessoas possam se sentir confortáveis de receber uma prestadora de serviço que vai resolver, que vai comparecer, que não vai te causar nenhum transtorno, sem ‘brincadeirinhas’ ou assédio”. 

O medo de “brincadeirinhas” e assédios relatados por mulheres ou pelo público LGBT+ também fez com que Josiquel apostasse no serviço. Ela explica que as clientes se sentem seguras em chamar outra mulher para resolver um problema dentro de casa, assim como LGBTs. 

“Quando a gente chama um prestador do sexo oposto, não sabemos quem é a pessoa, se vai ser preconceituosa, se vai ter aquele olhar torno ou se negar a atender alguém LGBT. Fora o medo de estar sozinha, muitas pessoas disseram que só marcavam quando tinha outra pessoa em casa. Eu amo o que faço, amo levar soluções para as pessoas e consertar as coisas”.
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