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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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Escritora é a primeira mulher preta a assumir presidência de uma Academia de Letras no Brasil

Foto: Isabela Mercuri

Escritora é a primeira mulher preta a assumir presidência de uma Academia de Letras no Brasil
A escritora Luciene Carvalho é a primeira escritora preta a assumir a presidência de uma Academia de Letras no Brasil após eleição que ocorreu na manhã de sábado (16), na Academia Mato-Grossense de Letras (AML-MT). A posse está marcada para 30 de setembro e a transferência de título será feita entre mulheres. 

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Luciene contou que foi convidada para assumir o desafio há 50 dias e, apesar de ter ficado resistente, viu uma grande possibilidade de exercer um trabalho coletivo. A escritora ainda ressaltou que é uma mulher preta e periférica que teve chance de estudar graças ao ensino público. 

"De início tive resistência, mas vi uma grande possibilidade, pois não se trata de uma escolha individual. É uma posição que representa uma coletividade. Não só dos colegas da AML, mas de muitas outras trajetórias".

Há 50 dias um grupo de imortais mato-grossenses sugeriu que a poetisa, que é também a primeira mulher preta a assumir uma cadeira na instituição, se candidatasse. Assim, foi formada a chapa-única "Tradição e Inclusão", eleita em primeira votação.

"Essa conquista é da AML também. É uma escolha que traduz a sintonia da casa com um novo momento social. Isso é ousado", celebrou.

A seu lado estarão os escritores Flávio Ferreira, como vice-presidente , Cristina Campos, que assume a função de secretaria e Agnaldo Silva, como tesoureiro. Para o Conselho Editorial, que cuida das publicações, foram eleitos Marli Walker, Elizabeth Madureira e Olga Castrillon Mendes. Já para o Conselho Fiscal, Lorenzo Falcão, Marta Cocco e Eduardo Mahon.

Em total alinhamento, eles esperam ampliar o diálogo com outras linguagens artísticas, como o teatro, cinema e música. De outro lado, desejam manter ações educativas e vínculo com escolas, consolidar e fortalecer a rede de escritores mato-grossenses. 

Ela destaca a gestão estruturante de Suely Batista. "Foi um grande feito. Em múltiplos sentidos, o que nos confere suporte para voos mais altos".

Sobre o resultado da eleição deste sábado (16), Luciene destacou que sua ligação com a literatura é de sobrevivência. Ela tem 14 livros de poesia publicados e em breve lançará o 15º, intitulado Saranzal. Todos eles dedicados ao universo feminino.

"É talvez o que eu tenha de mais fabuloso. Vivo de poesia há 22 anos. E várias pessoas assistiram a essa jornada, dedico a elas esse título. Reafirmo também, o meu compromisso visceral com a literatura". 

Ocupante da Cadeira 31, Luciene espera inspirar crianças e jovens de escolas públicas em jornadas similares. "Para que possam enxergar que na literatura cabe o diferente. Que a gente possa se apropriar de nossas narrativas, emoções e figuras de linguagem. Agora, pretendo canalizar tudo isso, a serviço da AML. Só impera a esperança e o espírito de serviço".
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