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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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hoje é dia do repórter

Em 1808, surgia a imprensa brasileira, de lá para cá: ditadura, censura e Internet marcaram sua história

Foto: Reprodução

Em 1808, surgia a imprensa brasileira, de lá para cá: ditadura, censura e Internet marcaram sua história
São imprecisos os dados sobre a história do jornalismo. A imprensa moderna só surgiu com o advento de Guttemberg em 1440, com a prensa móvel. Mas, podemos dizer que ‘moldes’ da imprensa já haviam sido criados, por exemplo, pelos gregos, como o mito de Hermes, o mensageiro dos deuses no século VII. Porém, foi com o imperador romano, Júlio César, em 59 A.C., que foi criada a “Acta Diurna”, que pode ser considerada o primeiro jornal do mundo, mas que possuía cunho de promoção pessoal dos feitos do imperador.

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Com a invenção da prensa de Guttemberg é que os livros começaram a ser impressos, e o conhecimento, pode então, ser dividido com mais pessoas. No Brasil, a imprensa só nasceria junto com a literatura brasileira, 400 anos depois da invenção de Guttemberg.

A imprensa só surgiu no Brasil, quando a Coroa Portuguesa fugiu para a colônia em 1808. Antes disso, qualquer publicação realizada aqui era ilegal. Mas, para receber a família real, era preciso que houvesse como publicar e por isso, no mesmo navio em que a Coroa fugiu das tropas napoleônicas, veio também a prensa de Guttemberg.


Prensa móvel inventada por Guttemberg no século XV

É apenas aí que surge a imprensa e a literatura brasileiras. Até então, o Brasil vivia às cegas, numa treva de conhecimento e cultura, já que a Coroa proibia os livros e periódicos, para que os colonos estivessem submetidos às
suas regras e ordens, e não alcançassem a liberdade.

Assim nasceram a imprensa e a literatura no Brasil. De lá para cá, houveram momentos de censura como na Ditadura Militar, em que o símbolo máximo deste cerceamento eram as receitas de bolo colocadas nas páginas dos jornais, no lugar das notícias que haviam sido vetadas.


Edição censurada do jornal Estadão durante a ditadura militar, a matéria original foi trocada por "Os Lusíadas"

O Brasil passou por períodos de trevas. Agora, a mídia tradicional (jornais impressos e televisão) perde espaço com a Internet e as redes sociais. Mesmo que neste universo de informações seja preciso muito mais cuidado com aquilo que é lido, consumido e repassado, as notícias estão mais pulverizadas e podem alcançar o globo em questão de segundos.

Mas, não é apenas a censura ou restrição que podem ser empecilhos para uma boa informação. Muito vai da própria reportagem, que nos tempos de Internet, para se manter como uma aliada da população e norteadora da opinião pública é preciso repassar um olhar sobre o cotidiano que seja amplo e avalie diversas vertentes dos fenômenos sociais, culturais, econômicos.

A jornalista, documentarista e escritora, Eliane Brum fez um texto tocante sobre a reportagem em que ela diz que é preciso se esvaziar para ir de encontro ao outro. O processo do repórter deve ser feito no sentido de se colocar no lugar daquilo ou daquele que nunca se imaginou antes. Só assim é possível se desvencilhar de si para captar minimamente, o que aquela pessoa quer repassar sobre seu trabalho, vida, conhecimento.

Se despir de si para ir de encontro ao outro. Mesmo que a mídia brasileira e mundial esteja ‘perdida’ em meio a tanta novidade que surge com a Internet, é preciso que o repórter mantenha junto de si, essa noção básica do jornalismo para poder retratar com o mínimo de fidelidade o que representa o personagem para a sua matéria.

É um trabalho que se aprende no lido. É um trabalho que permite conhecer mais do outro e esquecer-se de si, para então, preencher as lacunas do tempo, espaço e memória, com aquilo que não lhe pertence, e sim, ao leitor, para que possa ter acesso a uma visão de mundo que lhe acrescente algo além das linhas sinuosas que crescem nas telas dos computadores.

E por que tudo isso? Porque neste domingo, dia 16 de fevereiro, é comemorado o Dia do Repórter.
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