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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Cânticos Corsários

Um grosso aristocrata e suas esquizofrenias sociais de difícil trato

Foto: Reprodução / Ilustração

Cara de pedra, a quem posso culpar por ser de trato tão difícil?

Cara de pedra, a quem posso culpar por ser de trato tão difícil?

Não cabe a mim culpar aqueles que tinham boa vontade comigo, que tentaram me ajudar. Mas sentia, do fundo do meu universo, uma imensa vontade de cuspir na face dos que se atreveram a me desejar o bem.

Não posso me culpar por ser de trato tão difícil. Em conversas que mantive comigo, reconheci que sou áspero, sem travas na língua e que me indispunha facilmente com as pessoas. Pediam-me bom senso, bons modos, contenção. Respondia com desdém, irreverência e excesso aos apelos da gente de classe média bem comportada, branca e heterossexual, que se orgulha de suas esquizofrenias sociais.

Mas a minha maneira era um aristocrata, mesmo sendo complexo e difícil como a sífilis.

(Poema incidental)

...choram, mas nao choram a morte da vida: apenas derramam lágrimas (estes esquizofrênicos).
dancam os corpos, mas nao o fazem nus.
tocam instrumentos, mas não encostam o ouvido na alma.
cantam, mas nao são pássaros.

são gente de bom senso. esquivas.
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