Entre corridas, brincadeiras e pulos, crianças caem. E muitas vezes as quedas podem resultar em ‘traumatismo dentário’, tanto que este já se tornou o segundo maior problema bucal dos pequenos, perdendo apenas para as cáries. Seja com sangramento, inchaço ou quebra dos dentes, os primeiros socorros são essenciais para manter a integridade da vítima.

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Segundo o Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso (CRO-MT), algumas dicas podem ajudar a ter um momento menos traumático tanto para a criança quanto para os pais, professores, ou outros adultos que oferecem ajuda.

“Fraturas da coroa do dente são as mais frequentes, mas há outro tipo de fratura mais preocupante: a da raiz dentária. Ainda podem ocorrer deslocamentos do dente para frente ou para trás (nesses casos pode haver fratura do osso) ou ainda para dentro ou para fora – esse último caso é quando o dente é totalmente avulsionado”, comenta o odontopediatra Luiz Evaristo Ricci Volpato, presidente do CRO-MT.

As lesões traumáticas podem envolver os dentes, os ossos que os sustentam, os tecidos gengivais e/ou os tecidos moles (lábios, língua e bochechas), e podem resultar desde uma simples fratura do esmalte dentário até a perda definitiva de um dente inteiro com sua raiz.

Para evitar os acidentes, é preciso estar atento aos grupos de risco. De acordo com um estudo publicado pelo Jornal Americano de Ortodontia e Ortopedia Facial, em 2015, os meninos com idade entre 8 e 11 anos são os que mais se acidentam.

Além disso, esportes de impacto como artes marciais, futebol, basquete, entre outros, os mantêm ainda mais nessa zona de risco. Por isso é preciso usar protetores bucais e, ao andar de bicicleta, skate, patins ou patinete, recomenda-se que a criança sempre use o equipamento de segurança.

Para os mais novos, o odontopediatra comenta que atividades do dia-a-dia podem ser perigosas: “Os mais comuns que podem prejudicar a boca e os dentes são: queda do bebê conforto, desequilíbrio quando a criança começa a andar e a curiosidade em escalar móveis e puxar objetos. É importante que os pais fiquem de atentos”, diz Volpato.

Assim, o ideal é estar atento às quinas dos móveis, uso de meias com solado antiderrapante, pisos não escorregadios, cadarços amarrados, escadas, grades nas camas e uma constante supervisão.

Primeiros socorros

Assim que acontecer um acidente, é preciso procurar um cirurgião-dentista imediatamente. Além disso, de acordo com o CRO, se o dente quebrar pela metade é importante guardar o pedaço fraturado dentro de um copo com leite ou soro fisiológico para levá-lo até o cirurgião-dentista, porque ele poderá utilizá-lo na reconstrução do dente.
Se houver sangramentos, uma toalha limpa ou gaze umedecida poderá ser utilizada para o estancamento do sangue até o atendimento. E mesmo se a boca estiver inchada, mas sem sinais de sangramento ou dente quebrado, é preciso fazer compressa com gelo enrolado em uma toalha limpa, e não descartar a ida ao dentista.

“Muitas lesões não dão sinais no momento do impacto e a demora no tratamento pode ocasionar a perda do dente – que pode ter sofrido um dano irreversível na sua polpa (a parte interna dele), que é rica em vasos sanguíneos e inervações”, alerta Volpato.

Ao ocorrer sangramento intenso, cortes grandes, deslocamento das arcadas dentárias ou sintomas como tontura e sonolência, é melhor ir direto para o hospital. Além de existir a possibilidade de o dente entrar na gengiva, a chamada intrusão dental, que deve ser avaliada por meio de radiografia ou tomografia dentária para mensurar o risco ao dente permanente – em formação embaixo do de leite –, será possível rastrear fraturas internas.