Com pacotes que incluem hospedagem, café da manhã, almoço, lanche da tarde, almoço, jantar, aplicação de curativos, assistência de cuidadores e sessões de drenagem, as casa para pós-operatório de cirurgias plásticas ganharam visibilidade no último final de semana após um conteúdo mostrando as pacientes viralizar no X (antigo Twitter). Em Cuiabá e Sinop (a 513 km da capital), o serviço também pode ser encontrado.
Leia também
Com mais de 92 mil seguidores no Instagram, mato-grossense que encantou jurados no The Voice é natural de Poxoréu
Proprietária da Casa da Joice Rest Home, no bairro Porto, em Cuiabá, Joice Oliveira conta que a principal vantagem de uma casa de repouso como a dela é a assistência personalizada para pessoas que acabaram de passar por uma cirurgia plástica.
No local, os pacotes vão de R$ 2,5 mil a R$ 6,8 mil. O mais barato inclui quatro diárias com três sessões de drenagem como cortesia, já o mais caro, é referente a 14 diárias e 13 sessões de drenagem. No entanto, Joice também tem outros tipos de planos com seis e nove diárias. Todos incluem alimentação e assistência de cuidadora.
"Aqui as pacientes ficam em quartos individuais, o quarto é equipado, já ofereço todas as refeições e bebidas. Tenho uma equipe que auxilia no banho higiênico e de chuveiro, ao deitar e levantar da cama, servir os alimentos, aferição de sinais vitais. Eu faço as drenagens e fico responsável para passar todas as informações diárias das pacientes para a equipe médica ou o cirurgião plástico".
Ela explica que é especializada em estética e tem formação e fisioterapia, por isso, os atendimentos de pós-operatório de cirurgias plásticas sempre fizeram parte da rotina de trabalho. A ideia de montar uma casa especializada nesse tipo de assistência surgiu há três anos quando ela viu uma das pacientes enfrentando dificuldades após ficar sem cuidadora.
"Infelizmente a pessoa que veio para cuidar dela precisou retornar para a cidade e ela ficou sozinha no hotel. O hotel não dá aquela assistência que a paciente precisa, 24 horas, deitar, levantar, ela só tinha esse cuidado quando eu ia fazer o atendimento dela, quando eu auxiliava no banho, fazia as drenagens, tirava o macaquinho, fazia curativo. Porém, a alimentação dela não era saudável, porque o hotel oferece só café da manhã, então ela comprava marmita, um dia eu vi e não gostei. Ela virou para mim e falou: por que você não monta algo desse tipo aqui em Cuiabá?".
Com investimento de outra paciente, Joice conseguiu adaptar a casa para receber as primeiras pacientes. O local começou com dois quartos, mas atualmente já são cinco cômodos e duas cuidadoras, além da equipe de limpeza e de cozinha.
"Elas [as pacientes] necessitam de muita atenção, cada paciente tem seu pós-operatório, não é uma receita de bolo, cada uma tem suas dificuldades e seu emocional, quem monta uma casa dessas tem que estar preparada para atender e oferecer o que elas precisam. Quando abri a casa, três cirurgiões indicavam a minha casa, hoje já chega a dez cirurgiões que indicam a casa e esse serviço. De dois anos para cá, tivemos um aumento de indicação de cirurgiões, sinal que o serviço é bom.".
Em Sinop, o mesmo serviço é oferecido por Onilde Biazzi, que recebe pacientes que passaram por cirurgia plástica na casa em que mora. Ela conta que fica responsável por dar a atenção necessária para as recém-operadas, além de trabalhar com os serviços de estética, como as drenagens.
"Na minha casa é onde eu fico e resido, dou toda a atenção, levanto, deito, ofereço a alimentação, medicação, tudo na hora exata. Sem contar que elas tem a companhia agradável uma da outra, não ficam presas, algumas gostas de ficar quietinhas e respeitamos. Tudo isso temos para oferecer. Comecei a cuidar de pós-operatório porque não conseguia mais ir nas casas, era muita procura, aumentei minha casa e cedo uma parte do meu cantinho".